vivo aqui, encurralado no amor que sinto,
encandeado pela luz que emanas,
luz de centelhas quentes, segredos dançarinos em nós.
e o tempo passa sem dor,
como se não passasse,
como se tudo tivesse encoberto de um nevoeiro branco e denso.
quarta-feira, outubro 29, 2003
segunda-feira, outubro 27, 2003
tu aí..
como estás?
escondido em mim, meu amor
quem és tu?
mais do que eu
pois de mim és, meu amor.
Cresco em ti, e por mim cresces
sou em ti, e por mim és
tão diferente..de nós dois
só tu és, meu amor.
tu que és
razão e emoção em mim
sê quem és, meu amor.
quem és tu
pequeno amor que cresce
sê feliz, meu amor
como estás?
escondido em mim, meu amor
quem és tu?
mais do que eu
pois de mim és, meu amor.
Cresco em ti, e por mim cresces
sou em ti, e por mim és
tão diferente..de nós dois
só tu és, meu amor.
tu que és
razão e emoção em mim
sê quem és, meu amor.
quem és tu
pequeno amor que cresce
sê feliz, meu amor
sexta-feira, outubro 24, 2003
durmo um sono desperto e embriagado,
pois a tua pele desperta desejos em mim contrários
à vontade do corpo, pois o desejo é elemento da alma e não da carne...
deixo-me ir voando pelo sonho, o corpo é leve e o tempo
é abstracto...como o infiníto.
não me canso da viagem pois o alforge está farto de alimento
da deusa, por isso a morte não existe...é inerente e fugaz, como o sonho,
como o desejo que despertas em mim...
sou em ti o que não sei ser em mim,
e por isso é-me mais fácil voar com asas de condor,
pois o passado já não me pesa tanto como noutros tempos...
estou menos inquieto...mas mais sonhador...
é o teu cheiro que me desperta o desejo de viver.
pois a tua pele desperta desejos em mim contrários
à vontade do corpo, pois o desejo é elemento da alma e não da carne...
deixo-me ir voando pelo sonho, o corpo é leve e o tempo
é abstracto...como o infiníto.
não me canso da viagem pois o alforge está farto de alimento
da deusa, por isso a morte não existe...é inerente e fugaz, como o sonho,
como o desejo que despertas em mim...
sou em ti o que não sei ser em mim,
e por isso é-me mais fácil voar com asas de condor,
pois o passado já não me pesa tanto como noutros tempos...
estou menos inquieto...mas mais sonhador...
é o teu cheiro que me desperta o desejo de viver.
nem deus , nem os homens,
nem as palavras, nem as músicas, nem o encanto.
nem o toque, nem o desejo, nem as contas por pagar,
nem a terra, nem o mar, nem os outros, os muitos outros,
nem os que já não são, nem os sorrisos, nem as lágrimas.
nem os abraços, os apertos, os cheiros, a s magias e rituais,
pois o amor é.
nem as palavras, nem as músicas, nem o encanto.
nem o toque, nem o desejo, nem as contas por pagar,
nem a terra, nem o mar, nem os outros, os muitos outros,
nem os que já não são, nem os sorrisos, nem as lágrimas.
nem os abraços, os apertos, os cheiros, a s magias e rituais,
pois o amor é.
quarta-feira, outubro 15, 2003
os barcos passavam todos os dias da minha infância,
onde os dias cinzentos ditavam brincadeiras de dor...
piões partidos por actos de desumana vontade e
bonecas rasgadas pela casa toda;
peças de ilustração dos nossos dias longos...
e os choros, e as lágrimas contidas...
e as palavras de gume afiado que cortavam a pele
frágil e hiberbe.
a impotência da vontade de criança
o silêncio do olhar triste que ficou...
existem dias de aço na vida.
onde os dias cinzentos ditavam brincadeiras de dor...
piões partidos por actos de desumana vontade e
bonecas rasgadas pela casa toda;
peças de ilustração dos nossos dias longos...
e os choros, e as lágrimas contidas...
e as palavras de gume afiado que cortavam a pele
frágil e hiberbe.
a impotência da vontade de criança
o silêncio do olhar triste que ficou...
existem dias de aço na vida.
terça-feira, outubro 14, 2003
beijos de volúpia em segredos escondidos,
como carcaças de naus longínquas, em mar escuro e frio,
onde o silêncio impera onde a paz enfim existe.
línguas, saliva e carne, como permutas de amor,
sempre à noite ou como se noite fosse,
pois na noite vivem todas as loucuras e insanidades,
todos os crimes e pecados...
nos abraços e carícias o desejo e o medo,
a loucura e o terror, pois as bocas de outras bocas são
e os dedos em outras peles vivem, presos, encurralados.
e as palavras que de nada valem tudo,
como pérolas em concha hermética,
foram sangue ardente em ti, como prova de vida nossa.
como carcaças de naus longínquas, em mar escuro e frio,
onde o silêncio impera onde a paz enfim existe.
línguas, saliva e carne, como permutas de amor,
sempre à noite ou como se noite fosse,
pois na noite vivem todas as loucuras e insanidades,
todos os crimes e pecados...
nos abraços e carícias o desejo e o medo,
a loucura e o terror, pois as bocas de outras bocas são
e os dedos em outras peles vivem, presos, encurralados.
e as palavras que de nada valem tudo,
como pérolas em concha hermética,
foram sangue ardente em ti, como prova de vida nossa.
segunda-feira, outubro 13, 2003
de noite, quando o escuro me invadia alma
e a solidão enchia toda a casa,
o vazio ganhava lugar...
nessas horas, imenças e soturnas,
o meu espírito deambulava como sombras de luz reflectida,
horas e anos e milénios de outro tempo.
por isso nunca me apoquenta a solidão negra,
pois já conheços os seus caminhos imenços...
e a solidão enchia toda a casa,
o vazio ganhava lugar...
nessas horas, imenças e soturnas,
o meu espírito deambulava como sombras de luz reflectida,
horas e anos e milénios de outro tempo.
por isso nunca me apoquenta a solidão negra,
pois já conheços os seus caminhos imenços...
passo a língua pelo teu corpo de cosmos,
e percorro todas as tuas constelações de mil sois...
oscilo entre sensações de prazer e de medo,
pois anseio perder-me no teu corpo sem mapas,
e ser o teu cheiro o astrolábio dos meus sentidos.
Sabes a frutos todos, pois o teu corpo contem todas as terras,
e sinto em minha língua, pequenas estrelas de anis.
e percorro todas as tuas constelações de mil sois...
oscilo entre sensações de prazer e de medo,
pois anseio perder-me no teu corpo sem mapas,
e ser o teu cheiro o astrolábio dos meus sentidos.
Sabes a frutos todos, pois o teu corpo contem todas as terras,
e sinto em minha língua, pequenas estrelas de anis.
deixa-me entrar em ti e refugiar-me na placenta
onde me crias todos os dias,
viver e dormir num universo de esponja, onde me protejes dos males do mundo...
...deixa-me dormir aí onde as águas uterinas me mergulham a alma em éter...adormecendo-me as vontades todas... eu que vivo sem vontades.
deixa-me viver, mas filtrando tu o que me possa ferir os olhos, pois vermelho é o mundo, e quadradas as suas arestas...
onde me crias todos os dias,
viver e dormir num universo de esponja, onde me protejes dos males do mundo...
...deixa-me dormir aí onde as águas uterinas me mergulham a alma em éter...adormecendo-me as vontades todas... eu que vivo sem vontades.
deixa-me viver, mas filtrando tu o que me possa ferir os olhos, pois vermelho é o mundo, e quadradas as suas arestas...
cheira-me a mirra a tua voz...
como de outros tempos me falasses, e o odor das tuas palavras
tocassem nos meus muitos eus ancestrais.
como se os sons que articulas fossem resinas que queimam
em mim, soltando fumos mágicos de êxtase que me ligam
a muitos mais mundos de cristal.
talvez sejam as sílabas pequenas pedras de fumo não consumado,
talvez seja eu que te queira queimar no fogo do meu desejo,
como de outros tempos me falasses, e o odor das tuas palavras
tocassem nos meus muitos eus ancestrais.
como se os sons que articulas fossem resinas que queimam
em mim, soltando fumos mágicos de êxtase que me ligam
a muitos mais mundos de cristal.
talvez sejam as sílabas pequenas pedras de fumo não consumado,
talvez seja eu que te queira queimar no fogo do meu desejo,
nos meus olhos limbos negros,
gotas de sangue escarlate deslizam como gotas de orvalho
da carne rasgada, dilacerada pelos cães famintos,
por ogres de papel timbrado.
não que me importe, assim como assim há muitas formas
de se viver a vida...
esta é só uma fase de quarto escuro,
onde contornos suspeitos me comem a alma aos poucos.
talvez sem alma o corpo possa voar mais leve...
gotas de sangue escarlate deslizam como gotas de orvalho
da carne rasgada, dilacerada pelos cães famintos,
por ogres de papel timbrado.
não que me importe, assim como assim há muitas formas
de se viver a vida...
esta é só uma fase de quarto escuro,
onde contornos suspeitos me comem a alma aos poucos.
talvez sem alma o corpo possa voar mais leve...
porque os tempos são hoje outros,
porque as palavras já não são ervas doces que ardem em carvão aromático,
porque a alma de um ser transforma-nos em muitos seres,
porque lá fora os outros já não nos olham, não nos cheiram, não nos sentem,
poque tudo é morte...
porque tudo é o pouco que nos resta...
porque a vida são muitos dias sem sentido.
porque as palavras já não são ervas doces que ardem em carvão aromático,
porque a alma de um ser transforma-nos em muitos seres,
porque lá fora os outros já não nos olham, não nos cheiram, não nos sentem,
poque tudo é morte...
porque tudo é o pouco que nos resta...
porque a vida são muitos dias sem sentido.
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